Sistemática de Apenesia: abrindo a caixa de Pandora dos Pristocerinae

Nome: ISABEL DE CONTE CARVALHO DE ALENCAR
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 13/01/2017
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Celso Oliveira Azevedo Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Ana Carolina Loss Rodrigues Examinador Interno
Celso Oliveira Azevedo Orientador
Frederico Falcão Salles Examinador Interno
Julia Calhau Almeida Examinador Externo
Ricardo Kawada Examinador Externo

Resumo: As vespas achatadas incluídas em Apenesia Westwood são cosmopolitas e apresentam alto dimorfismo sexual. As fêmeas são pouco coletadas, sem olhos ou ocelos, sem asas e pequenas, enquanto os machos são totalmente alados, robustos, com olhos desenvolvidos e ocelos, e costumam ser maiores do que a fêmea da mesma espécie. Existem 191 espécies descritas, a maioria conhecidas apenas pelo sexo masculino. Além do dimorfismo sexual
e da sub-representação das fêmeas, os caracteres que delimitam a Apenesia são compartilhados por vários gêneros de Pristocerinae, tornando a classificação incerta e dificultando a compreensão da evolução do caráter e da variação entre táxons. Aqui objetivamos 1) testar se Apenesia é monofilético; 2) delimitar o gênero cladisticamente com base em dados morfológicos e moleculares (genes COI e 28S); 3) associar machos e fêmeas com base em DNA; e 4) revisar as espécies de Apenesia, fornecendo descrições e
ilustrações quando necessário. O material examinado foi fornecido por várias instituições. Foram analisados 163 caracteres morfológicos em TNT utilizando "Pesquisa Tradicional". A Inferência Bayesiana foi realizada nos dados moleculares concatenados a partir de 1.553 pares de bases de nucleotídeos através de MRBAYES. Apenesia foi recuperado como polifilético em todas as análises. Observamos que as espécies de Apenesia formaram 10 clados espalhados por toda a árvore. Esses clados podem ser associados a padrões morfológicos. Uma das linhagens de Apenesia está incluída dentro
da espécie de Dissomphalus. Outro clado é estreitamente relacionado a (Prosapenesia + Acrepyris + Pristocera) e é representado por machos com clípeo triangular e hipopígio fortemente côncavo em sua superfície ventral. Neoapenesia foi recuperado como grupo parafilético e irmão de parte do grupo de espécieslaevigata de Apenesia. Outras linhagens de Apenesia não foram recuperadas, sendo politômicas dentro de Pristocerinae. Mapeamos caracteres morfológicos estruturais de fêmeas nas árvores moleculares para esclarecer padrões morfológicos femininos nos grupos e recuperar a evolução morfológica. Concluímos que as fêmeas adicionam um conjunto de características que podem ajudar na delimitação de gêneros. Embora historicamente considerado como um gênero fácil de classificar, as análises estruturais e as inferências filogenéticas relatam múltiplas linhagens independentes dentro de espécies de Apenesia, indicando alta convergência dentro de Pristocerinae. Com base em nossos resultados, alguns atos
nomenclaturais precisam ser propostos: 1) dois gêneros de Pristocerinae serão sinônimos a dois clados distintos de Apenesia; 2) dois táxons deverão ser revalidados em seus status genérico; 3) oito novas combinações serão propostas; e 4) seis novos gêneros serão propostos e nomeados. Apenesia é agora definido como aquelas vespas chatas tendo machos com o mesossomo giboso, a genitália com parâmero estreito e densamente pilosa e edeago com lobo apical ventral elíptico e coberto de verrugas. As fêmeas de Apenesia
podem ser distinguidas de outras Pristocerinae pela cabeça mais larga que o mesossomo, as antenas muito curtas, mandíbula longa, e a base do clípeo ultrapassando os toruli na fronte. Também incluímos uma revisão mundial da Apenesia com uma redescrição de todas as espécies conhecidas e a descrição de 21 novas espécies. Finalmente, nossos dados reforçam os problemas para definir Apenesia e outros gêneros em Pristocerinae.

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