Filogeografia de Panstrongylus Megistus (burmeister, 1835) (hemiptera, Reduviidae, Triatominae)

Nome: Stefanie Barbosa Potkul Soares
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 04/03/2020
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Gustavo Rocha Leite Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Albert David Ditchfield Examinador Interno
Ana Carolina Loss Rodrigues Suplente Externo
Gustavo Rocha Leite Orientador
NARCISA IMACULADA BRANT MOREIRA Examinador Externo

Resumo: A doença de Chagas é considerada uma das doenças
negligenciadas da América Latina e seu agente etiológico é o
Trypanosoma cruzi, transmitido por insetos hematófagos,
conhecidos como barbeiros, que pertencem à subfamília
Triatominae. Dentro dessa subfamília, inclui-se Panstrongylus
megistus, considerado um dos principais vetores da doença de
Chagas. Sua importância epidemiológica para esta doença se
deve à sua alta capacidade de domiciliação, sendo
frequentemente encontrada nos ambientes domiciliares. Porém,
essa capacidade de domiciliação apresenta diferenças entre
regiões, pois em alguns locais, a espécie é considerada
silvestre. Uma das possibilidades para explicar esse fato é por
meio da filogeografia, que estuda os processos que influenciam a
distribuição geográfica de linhagens de espécies ou de
populações de uma espécie. Desse modo, com base nos padrões
filogeográficos de P. megistus, o estudo tem como objetivo
correlacionar as diferentes capacidades de domiciliação das
populações de Panstrongylus megistus a partir de seus padrões
filogeográficos. Para isso foram utilizados os marcadores
moleculares Citocromo b Oxidase (Cytb) e sequências
intergênicas de rDNA, contendo gene 5.8S, Espaçador Interno
Transcrito 1(ITS1) e 2(ITS2). Analisou-se 16 sequências de Cytb
e 26 sequências de rDNA, provenientes de populações
diferentes, obtidas no banco de dados do GenBank. Foram
realizadas análises filogenéticas de Inferência Bayesiana,
diversidade haplotípica, redes de haplótipos, AMOVA, análise
de Fst e teste de Mantel. Os resultados apresentaram fraca
estrutura genética associada à distribuição geográfica das
populações. Além disso, as populações analisadas
apresentaram baixa diversidade e variância genética entre si, o
que pode ser explicada por uma expansão recente das populações
a partir de uma população ancestral, original da Mata
Atlântica. A dispersão ativa e passiva da espécie justifica
sua ampla distribuição geográfica pelo país, o que levou
populações da espécie para regiões de condições ambientais
diferentes das quais a espécie é habituada. Devido a isso,
algumas populações encontraram nos domicílios condições
microclimáticas favoráveis, além de fonte alimentar, que
favoreceram a adaptação dessas populações ao ambiente
domiciliar, se separando das populações silvestres. O
desmatamento causado por ação antrópica também influenciou na
capacidade da domiciliação de algumas populações, devido à
destruição dos ecótopos naturais da espécie e redução de
fontes alimentares. Estudos futuros com maior número de
populações analisadas e marcadores moleculares podem apresentar
informações mais completas e bem resolvidas quanto aos padrões
filogeográficos da espécie, o que auxiliará no monitoramento
epidemiológico da mesma.

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