Diversidade e estruturação genética de Brachyteles hypoxanthus (Primates: Atelidae) em um ambiente fragmentado no município de Santa Maria de Jetibá (ES) usando DNA mitocondrial e nuclear

Nome: CLARA SCARPATI ALVARENGA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 26/02/2010
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Valéria Fagundes Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Ana Paula Cazerta Farro Examinador Interno
Diogo Meyer Examinador Externo
Sérgio Lucena Mendes Examinador Interno
Valéria Fagundes Orientador

Resumo: Brachyteles hypoxanthus, muriqui-do-norte, encontra-se ameaçado pela redução e fragmentação do habitat, com 12 populações remanescentes isoladas, sendo classificado como criticamente em perigo de extinção. Estudos preliminares com DNA mitocondrial (DNAmt) revelaram a população de Santa Maria de Jetibá (SMJ) como uma Unidade de Manejo, apesar do habitat menor e altamente fragmentado. O principal objetivo desse estudo foi avaliar se as populações de cada fragmento de SMJ também formam unidades diferenciadas utilizando o DNA nuclear (DNAn) e DNAmt. Analisamos 43 indivíduos de seis áreas do município utilizando-se cinco locos de microssatélites e 366 pb da região hipervariável I (D-loop-DNAmt). Observou-se alta diversidade genética (Dg=0,74) e heterozigosidade (Hobs=0,60) com DNAn, mas duas populações, São Sebastião Belém (SSB) e Córrego do Ouro 1 (CO1), apresentaram desvios de HWE e valores significativos de coeficiente de endocruzamento (Fis=0,259 e 0,206, respectivamente). Foram detectados sete haplótipos (DNAmt), com diversidade haplotípica alta (h=0,7540), mas diversidade nucleotídica baixa (n=0,010683). O haplótipo H1 foi exclusivo para SSB, enquanto as demais populações compartilharam três haplótipos (H2, H3 e H5). Não foram observados sinais genéticos de gargalo e expansão populacional para a maioria das populações. Observou-se fraca estruturação genética para DNAn (Fst=0,0768), porém forte estruturação para DNAmt (Φst=0,58013), com SSB distinta das demais populações (0,65256≤Φst≤0,94310). Alta diversidade genética em SMJ deve-se provavelmente ao longo tempo das gerações, não ocorrendo tempo suficiente para afetar dramaticamente a diversidade genética, visto que as populações apresentaram fraca estruturação genética entre si apesar da maior taxa de evolução dos microssatélites. No entanto, desvios de HWE e a predominância de um haplótipo para SSB podem ser sinais sutis da perda de diversidade devido aos efeitos da deriva genética, dada à ausência de evidências genéticas de gargalo e expansão populacional e ao longo tempo das gerações. Tais efeitos são congruentes com a proposta de que a deriva genética tende a ser mais intensa em populações insulares, uma analogia aos fragmentos de mata de SMJ. Visto a baixa diferenciação na freqüência de alelos e o compartilhamento da maioria dos haplótipos, nossos dados fornecem suporte às conclusões prévias de que a população total de SMJ deve ser vista como uma unidade genética distinta, mas suas populações em particular não devem ser tratadas como unidades diferenciadas. Baseado nisso, simulações da diversidade genética mostram que o aumento da conectividade dos fragmentos florestais em SMJ a médio e longo prazo pode ser uma medida essencial para a recuperação, manutenção e conservação do muriqui-do-norte.

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