Anurofauna de Bromélias na Restinga de Regência, Linhares, Espírito Santo.

Nome: JOSÉ ALBERTO PERAZZINI SCHINEIDER
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 08/11/2002

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Agnaldo Silva Martins Examinador Interno
José Luiz Helmer Examinador Externo
Sérgio Lucena Mendes Orientador

Resumo: No estado do Espírito Santo as restingas cobrem grande parte do litoral e possuem uma significativa variedade de bromélias. Algumas espécies de bromélias acumulam água nas axilas das folhas, criando microhabitats utilizados por muitos organismos durante parte ou todo seu ciclo de vida, os quais têm despertado interesse dos biólogos. Em locais como as restingas, as bromélias parecem representar a principal fonte de água para muitos organismos. Entre os grupos de animais que utilizam estes microhabitats, tais como os artrópodes e répteis, algumas espécies de anfíbios também têm sido descritas como associadas às bromélias em áreas de restingas. Os compartimentos são tão importantes que fornecem refúgio, alimentação e um local ideal para a reprodução. Este estudo teve como principal objetivo identificar as espécies de anfíbios anuros que ocorrem em diferentes bromélias da restinga de Regência, Linhares - ES, e a relação entre o anfíbio anuro mais abundante, Phyllodytes luteolus, e as bromeliáceas. A dieta deste hilídeo e alguns aspectos reprodutivos também foram considerados. Durante o período amostrado foram encontradas seis espécies de anfíbios anuros ocupando as axilas das bromélias. Quatro pertencem à família Hilydae, uma à Leptodactilidae, e uma à Bufonidae. A espécie P. luteolus ocorreu principalmente na bromélia epífita Vriesea procera. Este hilídeo usa as bromélias durante todo seu ciclo de vida, ao passo que outras espécies de anuros utilizam as bromeliáceas somente como abrigo diurno. Foram encontrados ítens de 19 categorias alimentares no conteúdo estomacal de P. luteolus, pertencentes a três diferentes grupos: Insecta, Arachnida e Mollusca. Os artrópodes predominaram sobre os demais grupos de presas. Tanto na frequência de ocorrência, quanto no número de presas ingeridas e no percentual do peso, os itens alimentares que predominaram no conteúdo estomacal de P. luteolus, por ordem de importância, foram formigas e cupins. Embora tivesse existido um predomínio muito superior de presas alóctones ás bromélias, algumas presas autóctones, como larvas de odonatas e de dípteros, também ocorreram, mas em frequências muito baixas. Considerando a importância das bromélias no ciclo de vida deste anuro, bem como no de outros organismos, torna-se necessária sua preservação.

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