Padrões de distribuição de pequenos mamíferos não voadores na Mata Atlântica do Brasil e variáveis ambientais associadas

Nome: KAMILA SOUZA ALVES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 28/02/2013
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Francisco Candido Cardoso Barreto Co-orientador
Leonora Pires Costa Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Carlos Eduardo de Viveiros Grelle Examinador Externo
Leonora Pires Costa Orientador
Sérgio Lucena Mendes Examinador Interno

Resumo: Apesar de ser um dos biomas mais ameaçados do mundo, a Mata Atlântica ainda assim apresenta alta diversidade e endemismo de espécies. Entretanto, apesar da excepcional diversidade, a fauna é pouco conhecida, especialmente no que tange aos grupos mais diversificados, como por exemplo, as ordens Rodentia e Didelphimorphia. A falta de conhecimento taxonômica, chamada de déficit Lineano, está igualmente relacionada aos fatores que atuam afetando a distribuição geográfica da fauna ao longo desse bioma tão heterogêneo, fato conhecido como déficit Wallaceano.
Os estudos realizados visando entender os processos que geram os padrões de distribuição das espécies na Mata Atlântica se atêm principalmente ao cunho altitudinal. Contudo, esses estudos apresentam limitações, na medida em que são realizados em escalas espaciais menores e não contemplando a Mata Atlântica no seu todo. Nesse trabalho, objetivou-se entender os fatores ambientais que afetam a distribuição das espécies de pequenos mamíferos não voadores no bioma Mata Atlântica do Brasil. A macroecologia foi aplicada como a ferramenta já que se baseia em grandes espaciais para caracterizar e explicar os padrões estatísticos de distribuição, abundância e diversidade.
O trabalho foi realizado tanto em nível de gênero quanto em nível de espécie. Quando comparados os resultados das duas análises, não se encontrou um padrão claro nos resultados em relação ao nível de gênero. Pode-se atribuir esse resultado ao conceito de conservadorismo de nicho, que prediz que os gêneros moldaram sua distribuição atual por outros fatores, que não aos fatores ambientais. Enquanto que esses mesmos estudos indicam que em relação às espécies, os fatores ambientais são os principais influenciadores na distribuição geográfica dos organismos. Os resultados desse estudo apontaram a sazonalidade da temperatura como o fator que mais influenciou na distribuição geográfica de pequenos mamíferos não voadores na Mata Atlântica. Esse resultado é distinto dos demais encontrados em literatura, que apontam a altitude como principal modelador da distribuição geográfica das espécies no bioma considerado. Outro resultado encontrado discorre sobre a alta concentração de espécies de pequenos mamíferos não voadores em regiões de Floresta Ombrófila Densa, quando comparadas às demais ecorregiões. Esse indício corrobora a sazonalidade de temperatura como principal moldador da distribuição das espécies, já que nessas localidades há uma menor sazonalidade, justificando assim a alta riqueza faunística nessas fitofisionomias.

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