Fragmentação florestal, perda de habitat e ocorrência de primatas na Mata Atlântica

Nome: FLÁVIA SILVA MARTINELLI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 29/04/2014
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Sérgio Lucena Mendes Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Adriano Pereira Paglia Examinador Externo
Sérgio Lucena Mendes Orientador
Valéria Fagundes Examinador Interno

Resumo: A fragmentação de habitat tem sido provocada por ações antrópicas e consiste em uma das mudanças no ambiente que afetam a diversidade de primatas. Perda de habitat e fragmentação representam ameaças à biodiversidade, responsáveis pela extinção de muitas espécies, e trazem preocupações à conservação global. As espécies possuem uma resposta diversificada a essas ameaças e muitos estudos se propõem em como a biodiversidade é afetada, a fim de propor soluções e enfrentar esses desafios. Contudo, poucas variáveis são utilizadas para tentar responder como os primatas são afetados e pouco se sabe sobre a relação entre características da paisagem e ocorrência de primatas da Mata Atlântica. Para investigar as relações entre presença de primatas e características da paisagem em 35 fragmentos florestais, foram coletados dados de ocorrência de primatas através de entrevistas com pomeranos da zona rural de Santa Maria de Jetibá e adicionalmente utilizaram-se dados do Projeto Muriqui ES. Seis espécies de primatas ocorrem na região: Alouatta guariba, Callicebus personatus, Callithrix flaviceps, Callithrix geoffroyi, Brachyteles hypoxanthus and Sapajus nigritus. Foram levantadas variáveis como tamanho e forma do fragmento florestal, além de características do entorno, como porcentagem de habitat, área total da paisagem e número de fragmentos totais, dentro de um buffer de 2 km. Para mapeamento foram utilizadas fotos aéreas de 2008 e Sistema de Informações Geográficas (SIG). Para tentar entender essas relações, foram realizadas regressões simples e múltiplas, e alguns modelos foram selecionados pelo Critério de Informação Akaike (AIC). O número de espécies está positivamente relacionado ao tamanho do fragmento, o que é esperado em estudos de relação espécie-área (SAR). Porcentagem de habitat ao redor do fragmento também contribui para a riqueza do fragmento, ao contrário do número de fragmentos da paisagem, para o qual não se obteve nenhuma correlação. Alouatta guariba ocorre em todos os fragmentos, revelando sua plasticidade ecológica, e sua ocorrência não pode ser correlacionada com nenhuma das variáveis do estudo. Brachyteles hypoxanthus, um dos primatas da região mais ameaçados, ocorre somente em grandes fragmentos, com muita porcentagem de habitat no entorno. O mesmo foi encontrado para outras espécies: Sapajus nigritus, Callicebus personatus e Callithrix spp., por diferentes razões, já que são espécies com características comportamentais e biológicas distintas. Este estudo contribui com uma base de dados importantes para medidas de conservação específicas para o contexto da Mata Atlântica e para estudos futuros a respeito de fragmentação.

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