Filogeografia comparativa e história demográfica de dois marsupiais da Mata Atlântica

Nome: LETÍCIA SARTORATO ZANCHETTA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/04/2014
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Yuri Luiz Reis Leite Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Henrique Batalha Filho Examinador Externo
Leonora Pires Costa Examinador Interno
Yuri Luiz Reis Leite Orientador

Resumo: A Mata Atlântica é um hotsopot de biodiversidade e tem sido foco de diversos trabalhos por ser considerada uma unidade biogeográfica complexa ainda pouco compreendida. Estudos de filogeografia comparativa vêm desempenhando importante papel no conhecimento biodiversidade, pois através da comparação entre diferentes táxons é possível investigar ligações fundamentais entre processos populacionais e padrões regionais de diversidade e biogeografia. Diante disso, foram inferidas e comparadas as histórias demográficas e biogeográficas de duas espécies de marsupiais da Mata Atlântica, Gracilinanus microtarsus e Marmosops incanus, a fim de descobrir como essas espécies responderam às mudanças ambientais de ao longo do tempo. Sequências dos genes mitocondriais citocromo b e D-loop foram utilizadas para a reconstrução de filogenias, redes de haplótipos e análises genéticas populacionais. Os resultados mostraram alta divergência genética em ambas as espécies, assim como forte estruturação geográfica, com a formação de grupos geograficamente coesos e similares entre as espécies. A distinção de haplótipos ao sul da Mata Atlântica também foi observada nas filogenias e é condizente com barreiras geográficas, como a Serra do Mar e o Rio Paraíba do Sul, por exemplo. Os clados intraespecíficos mais antigos tiveram origem no Neógeno, condizente com um período de mudanças climáticas e intensas atividades tectônicas, indicando que a estrutura genética das populações das duas espécies é resultado de processos que ocorreram muito antes do Pleistoceno. As flutuações no tamanho efetivo das populações de G. microtarsus e M. incanus foram distintas, principalmente a partir último interglacial há 130 mil anos atrás. Logo, os dados mostram que as alterações no ambiente ao longo do tempo geraram estruturas filogeográficas e demográficas similares nas duas espécies de marsupiais, resultantes de uma história biogeográfica comum na Mata Atlântica nos últimos 7 milhões de anos, enquanto alterações ambientais mais recentes afetaram somente a demografia das espécies. Ocorreu aumento no tamanho efetivo populacional de G. microtarsus durante o último período glacial enquanto M. incanus apresentou redução, o que está de acordo com as expectativas baseadas nas respostas ecológicas dessas espécies à redução e fragmentação do habitat.

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