Fragmentação da Mata Atlântica e Conservação do muriqui-do-norte, Brachyteles hypoxanthus (Primates, Atelidae)

Nome: LUANA D`AVILA CENTODUCATTE
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 25/02/2011
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Sérgio Lucena Mendes Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Francisco Candido Cardoso Barreto Examinador Interno
Outro Departamento Examinador Externo
Sérgio Lucena Mendes Orientador
Valéria Fagundes Examinador Interno

Resumo: A Mata Atlântica é uma das formações florestais mais afetadas pelo processo de fragmentação, e vem sendo reduzida a pequenos fragmentos numa paisagem complexa, constituída por fragmentos isolados ou parcialmente conectados, circundados por matriz heterogênea de diferentes usos do solo. Estradas, topografia e uso do solo são alguns fatores associados aos impactos nas florestas, desempenhando papel importante na dinâmica florestal. Perda e fragmentação de hábitat também são ameaças à conservação da biodiversidade, sendo atualmente as principais causas de extinção de espécies, como o muriqui-do-norte, um primata endêmico da Mata Atlântica ameaçado de extinção. Este trabalho teve como objetivo caracterizar a paisagem do município de Santa Maria de Jetibá e identificar como a ocorrência de muriquis numa área de Mata Atlântica está relacionada com o arranjo espacial de fragmentos florestais e a matriz de uso do solo no entorno, utilizando Sistemas de Informações Geográficas e sensoriamento remoto. Foram utilizadas regressões logísticas para explicar a relação entre o padrão de ocorrência da espécie e 14 variáveis da paisagem. A paisagem do município apresenta grande quantidade de floresta nativa, porém num arranjo espacial fragmentado, com alta densidade de manchas de floresta. Os fragmentos florestais são pequenos e próximos, porém, circundados por uma matriz heterogênea formada principalmente por cultivos agrícolas. A topografia foi identificada como um fator que influencia os padrões espaciais de uso e cobertura do solo, onde florestas são mais preservadas em áreas de maior declividade e regiões menos inclinadas são freqüentemente utilizadas para agricultura. As características espaciais da paisagem explicam grande parte da variação de ocorrência de muriquis nos fragmentos de Mata Atlântica. Modelos sugerem que a probabilidade de ocorrência de muriquis é maior em fragmentos florestais maiores, de forma mais complexa, mais próximos de outros fragmentos e em terrenos menos inclinados. A probabilidade de ocorrência é menor em fragmentos circundados por reflorestamento homogêneo, pastagem e pastagem abandonada. Dos 208 fragmentos analisados, apenas 27 foram identificados como potencialmente adequados para ocorrência de muriquis. Os fatores históricos talvez sejam os principais responsáveis pela ausência da espécie em fragmentos adequados não ocupados. As hipóteses relacionadas são que as populações de muriqui fazem parte de uma meta população; esses fragmentos florestais não existiam no passado; ou que há um processo de extinção regional de muriquis em andamento em Santa Maria de Jetibá. Identificar os fragmentos florestais potencialmente adequados para suportar populações de muriquis fornece base para intervenção na paisagem e conservação da espécie.

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