Revisão Taxonômica de Anisepyris Kieffer (Hymenoptera, Bethylidae) com descrição de 135 espécies novas
Nome: DIEGO NUNES BARBOSA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 12/04/2017
Orientador:
Nome | Papel |
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Celso Oliveira Azevedo | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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Cecília Waichert Monteiro | Examinador Interno |
Celso Oliveira Azevedo | Orientador |
GEANE OLIVEIRA DE LANES | Suplente Externo |
Kelli dos Santos Ramos | Examinador Externo |
Taissa Rodrigues Marques da Silva | Examinador Interno |
Resumo: Anisepyris é composto por 122 espécies, divididas em 10 grupos de espécies e distribuídos em toda região Neotropical e Sul da Neártica. Estes grupos de espécies foram definidos há mais de meio século e baseados em poucas espécies oriundas da região Neártica e da América Central. Estudos posteriores à definição destes grupos mostraram que a diversidade de espécies de Anisepyris encontra-se concentrada principalmente na região Neotropical, nas regiões próximas e abaixo da Linha do Equador. Consequentemente, ficou claro que definir grupos de espécies a partir de espécies oriundos da região Neártica e América Central não era consistente, pois estas regiões não possuem a representatividade da diversidade de espécies do gênero, o que hoje acarreta em dificuldades grandes no reconhecimento destes grupos de espécies e de suas características diagnósticas. Baseado na análise de 3660 espécimes provenientes de todo continente americano e 118 holótipos, foi realizada a revisão alfa-taxonômica de Anisepyris, no qual atingiu-se o reconhecimento de 135 espécies novas e 121 espécies descritas. Assumindo-se Anisepyris grupo monofilético e baseado em trabalhos anteriores, optamos então por meio de análises cladísticas por busca heurística, baseada em caracteres morfológicos externos e de genitálias masculina e feminina, investigar a evolução das linhagens, representadas pelos grupos de espécies, dentro do gênero e se as mesmas podem ser recuperadas como monofiléticas. Duas matrizes distintas foram confeccionadas, uma para espécimes machos e outra para espécimes fêmeas, em razão do dimorfismo sexual e para investigar o quão conservados e influenciáveis essas características são em relação à evolução dos grupos de espécies. Como resultados, conseguimos observar: 1) as características definidas como diagnósticas para os grupos de espécies não foram recuperadas como sinapomorfias dos mesmos; 2) muitos desses grupos não são monofiléticos; 3) características não antes observadas e selecionadas como diagnósticas para os grupos de espécies; 4) reestruturação dos grupos existentes e recuperação de novos grupos. A partir destes resultados, ficou clara a evolução das características de Anisepyris, assim como estas influenciam na diversidade e distribuição das espécies dentro da região Neotropical e sul da Neártica. O padrão se resume à seguinte hipótese: Anisepyris possui uma provável origem na região Neotropical com posterior invasão da Neártica. Hipótese essa corroborada pela relação de discrepância entre as características morfológicas das espécies e a diversidade atribuída à respectiva região. A relação direta se baseia no fato de que quanto maior a diversidade, menor é a discrepância entre as espécies, e a menor diversidade maior é a discrepância observada entre as espécies. Ou seja, novos nichos implicam em seleção de novas características e maior competição, o que justifica a menor diversidade, maior número de características peculiares e menor distribuição das espécies de Anisepyris correspondentes à região Neártica, Antilhas e sul do Chaco.