Integração morfológica e modularidade craniana em roedores Equimídeos (Echimyidae: Rodentia)
Nome: Carolline Raidan Daniel
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 10/04/2017
Orientador:
Nome | Papel |
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Ana Paula Aprígio Assis | Co-orientador |
Roberta Paresque | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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Albert David Ditchfield | Suplente Interno |
Ana Paula Aprígio Assis | Coorientador |
Bárbara Maria de Andrade Costa | Examinador Externo |
Daniela Rossoni | Suplente Externo |
Roberta Paresque | Orientador |
Yuri Luiz Reis Leite | Examinador Interno |
Resumo: Os roedores pertencentes à família Echimyidae representam o grupo mais diverso entre os roedores Caviomorfos, podendo ser encontrados em todos biomas brasileiros. Este grupo é caracterizado por possuir uma alta diversidade de adaptações ecomorfológicas, que incluem hábitos semi-fossoriais, escansorial, terrestre, arbóreo e semiaquático. Frente a essa diversidade, surge uma importante questão a respeito de quais fatores estariam influenciando a disparidade morfológica desses organismos. Para investigar tais questões, este estudo foi desenvolvido fundamentado no conceito de integração morfológica, o qual se refere a interdependência de traços morfológicos na formação de um organismo. Ao avaliar a relação e a magnitude de integração entre os caracteres cranianos, é possível comparar os padrões de modularidade entre grupos de espécies, assim como, avaliar o potencial evolutivo de uma população em responder na direção da seleção natural. Alguns grupos podem apresentar os mesmos padrões de associação, mas diferir na magnitude de integração, levando a uma resposta evolutiva completamente diferente entre os táxons. Neste estudo, os padrões de integração e modularidade foram avaliados em 7 espécies de equimídeos, com diferentes estratégias ecomorfológicas, são elas: Euryzygomatomys spinosus, kannabateomys amblyonyx, Phyllomys blainvilii, Phyllomys pattoni, Proechimys roberti, Thrichomys apereoides e Trinomys paratus. As relações entre os caracteres foram avaliadas por meio de matrizes de covariância e correlações entre os caracteres. Já a presença de módulos foi investigada através da comparação dos padrões de integração observados e as hipóteses baseadas no desenvolvimento/função compartilhada. Pode-se observar que os equimídeos compartilham um padrão de cov/corr entre os caracteres, evidenciando a constância dessas associações ao longo da evolução deste grupo. Por outro lado, a ampla variação observada na magnitude de integração pode ter sido um fator decisivo atuando na alta diversidade do grupo. Além disso, foi possível detectar a presença dos módulos nasal e zigomático em todos os grupos de acordo com as hipóteses estabelecidas a priori. O módulo oral foi detectado somente para as espécies K. amblyonyx, T. apereoides e T. paratus. Diferentemente dos outros grupos, apenas T. apereoides não apresentou o módulo da abóbada craniana. O complexo da base do crânio não foi identificado em nenhum grupo. Os padrões e magnitude de integração observados provocaram uma forte influência em como os equimídeos respondem à seleção natural. Deste modo, o potencial evolutivo foi variável entre os grupos, sendo que a espécie mais especialista, K. amblyonyx, apresentou maior capacidade em responder na direção da seleção. Em contrapartida, Phyllomys apresentou o menor índice de flexibilidade evolutiva. Estes resultados indicam que a evolução da diversidade dos equimídeos é marcada pela ocupação de picos evolutivos alternativos de acordo com o potencial evolutivo das espécies. Sendo assim, os dados obtidos neste estudo forneceram importantes implicações evolutivas, que permitiram preencher lacunas existentes a respeito da elevada diversidade e modos de vida presente nesta família.
Palavras-chave: Seleção natural, genética quantitativa, matriz de covariância fenotípica, morfometria, restrições evolutivas, Caviomorpha.