Macrofauna Bentônica Profunda em Cânions Submarinos das Bacias do Espírito Santo e Campos
Nome: RODRIGO NOVO GAMA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 07/06/2018
Orientador:
Nome | Papel |
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ANGELO FRAGA BERNARDINO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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AGNALDO SILVA MARTINS | Examinador Interno |
ALEXANDER TURRA | Suplente Externo |
ANGELO FRAGA BERNARDINO | Orientador |
JEAN-CHRISTOPHE JOYEUX | Suplente Interno |
PAULO YUKIO GOMES SUMIDA | Examinador Externo |
Resumo: RESUMO
Cânions submarinos (cânions) são ecossistemas heterogêneos que criam cenários diferenciados através de margens continentais. Cânions são globalmente reconhecidos por abrigar uma grande diversidade e biomassa de espécies e, portanto, possuem importância ecológica para outros ecossistemas das margens continentais. A dinâmica oceanográfica e o aumento da profundidade naturalmente moldam a composição da biota presente dentro deles, por meio da complexa topografia de cânions, que compõe uma variedade de habitats e ecossistemas com específicas características bióticas e abióticas, agindo como rotas preferenciais para o transporte e assimilação de partículas de origem de ambientes com maior indice energético e de produtividade até o mais estável profundo assoalho oceânico. No presente trabalho, nós amostramos e comparamos a macrofauna bentônica dos cânions Watu Norte e Doce na bacia do Espírito Santo e os cânions Almirante Câmara e Grussaí da bacia de Campos. Testamos diferenças entre densidade, composição e diversidade das comunidades de macrofauna ao longo da batimetria (todos os cânions, de 150 a 1300 metros) e entre cânions (gradiente latitudinal dentro de cada faixa de profundidade), e comparamos os efeitos dos cânions ao longo da margem continental comparado a taludes adjacentes. O efeito cânion foi observado como um aumento na densidade e distinta composição de organismos da macrofauna dos cânions Watu Norte, Doce, Almirante Câmara e seus taludes adjacentes. As diferenças foram, em sua maioria, relacionadas à quebra da plataforma continental e ao talude superior (150 400m), provavelmente como uma consequência de maior entrada de matéria orgânica e a heterogeneidade de sedimento (e.g. distúrbio) dentro dos cânions nessas profundidades. Os cânions também se diferenciaram entre eles mesmos na quebra da plataforma e talude superior, apresentando diferenças na densidade e estrutura das assembleias de macrofauna. Houve uma clara influência do aumento da profundidade em todos os cânions e taludes adjacentes, negativamente relacionado com a heterogeneidade e abundância da macrofauna bentônica. De forma geral, poliquetas e crustáceos peracáridos dominaram a composição da macrofauna na maioria das estações amostradas, com exceção de uma dominância de moluscos no talude superior (400m) do cânion Almirante Câmara e seu talude adjacente H. Pesquisas futuras são necessárias para o melhor entendimento da heterogeneidade ecológica dos cânions e a relação presente entre os processos biológicos e físicos dos mesmos.
Palavras-chave: Mar profundo; cânions submarinos; macrofauna bentônica; ecologia; Atlântico sudoeste