INFLUÊNCIAS ECOLÓGICAS NAS DISTÂNCIAS PERCORRIDAS DOS MURIQUIS-DO-NORTE (Brachyteles hypoxanthus)
Nome: Leticia Almeida Moura
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 06/06/2019
Orientador:
Nome | Papel |
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Karen Barbara Strier | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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Albert David Ditchfield | Suplente Interno |
Carla de Borba Possamai | Suplente Externo |
Fabiano Rodrigues de Melo | Examinador Externo |
Karen Barbara Strier | Orientador |
Sérgio Lucena Mendes | Examinador Interno |
Resumo: Compreender os fatores ecológicos que influenciam as distâncias percorridas diárias dos animais, nos fornecem valiosas informações de como eles investem o tempo e energia na tomada de decisões. A dedicação do tempo no desenvolvimento de cada atividade pode sofrer alteração de acordo com o sistema social do grupo, variações climáticas e condições do ambiente, influenciando a distância diária percorrida. Nesse sentido, os primatas são ótimos modelos a serem estudados, pois possuem a habilidade de responderem as condições ambientais de várias maneiras. O uso do chão em primatas arborícolas, por exemplo, é uma ótima oportunidade para adquirir recursos e romper as barreiras da fragmentação. Nesse estudo, investigaremos como os fatores ecológicos, incluindo o uso do chão, podem influenciar a distância diária percorrida em um grupo de muriquis-do-norte (Brachyteles hypoxanthus). O estudo foi realizado na RPPN Feliciano Miguel Abdala, MG, Brasil, de agosto de 2015 a julho de 2016. Utilizamos 99 dias com > 8 horas de observação do grupo do estudo, chamado de grupo do Matão, totalizando 1776 scans com 9610 registros e 859.34 horas de observação, que incluíam 46 dias com 102 eventos de uso do chão entre os scans e observação ad libitum. A maior parte das atividades foram realizadas principalmente nos estratos médios da vegetação exceto bebendo água, que foi realizado no chão em maior proporção. As
distâncias diárias percorridas não foram significativamente diferentes entre os dias com e sem o uso do chão. Contudo, contrariando a nossa previsão, observamos que os percursos foram maiores nos dias com uso do chão para a alimentação. Similarmente, as distâncias diárias percorridas foram maiores nos dias com a ingestão de água no chão, corroborando com a nossa previsão alternativa. Esses resultados sugerem que o valor energético ou nutritivo dos alimentos pode compensar os gastos energéticos dos maiores percursos. Além disso, a necessidade por recursos importantes como as fontes de água encontradas no chão, podem contribuir com a maior distância diária percorrida.
Palavras chaves: Uso do chão, percursos, minimização de energia, maximização de energia.