Ciclo Reprodutivo de Perna Perna (linnaeus, 1758): um Biomarcador para Áreas Antrópicas?
Nome: Millena Araujo França
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 02/03/2020
Orientador:
Nome | Papel |
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Mercia Barcellos da Costa | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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Albert David Ditchfield | Examinador Interno |
Mercia Barcellos da Costa | Orientador |
Teofania Heloisa Dutra Amorim Vidigal | Examinador Externo |
THALES RENAN DE AGUIAR BROTTO | Suplente Interno |
Resumo: As populações costeiras usufruem dos oceanos para
comunicação, transporte, lazer ou fonte alimentar, todavia,
essas fontes alimentares no decorrer dos últimos séculos
sofreram e sofrem rotineiramente com os impactos oriundos de
ação antrópica. Dentre os organismos-alvo do consumo humano
destacam-se os mariscos, em especial os mexilhões. No Brasil o
mexilhão mais utilizado é Perna perna. Ciente de sua
importância econômica e social, identificar e compreender
possíveis alterações oriundas da ação humana tornaram-se
necessários tanto para a espécia quanto para os seus
consumidores. Desta maneira, objetivou-se nessa dissertação
analisar o uso do ciclo reprodutivo de Perna perna como possível
biomarcador de contaminação ambiental. Para tal, os animais
foram coletados em área antrópica (Vitória) e área de
referência (Setiba) ao longo de um ciclo anual. Os animais foram
analisados macroscopicamente e encaminhados para as análises
microscópicas a partir de processos histotécnicos padrões. As
anáses de 712 organismos indicaram que os animais do ponto
amostral Vitória são afetados diretamente pela ação
antrópica ocorrida na região, uma vez que apresentam maior
incidência parasitária por bucefalídeos que se alimentam das
reversas energéticas dos tecidos reprodutivos, especialmente dos
óvulos maduros das fêmeas. Isso ocasiona a ruptura dos óvulos
gerando assim, maior percentagem de óvulo atrésico que indica
menor viabilidade dos gametas e consequentemente influencia no
sucesso reprodutivo da espécie neste local. Em decorrência
desses fatores, é provável que para compensar o baixo
recrutamento esses organismos estejam produzindo e liberando
gametas continuadamente durante o decorrer do ano. A somatória
desses resultados corrobora o desvio na razão sexual dessa
espécie para os machos, uma vez que as fêmeas são os maiores
alvos de estressores e contaminantes ambientais. Portanto,
conclui-se que o ciclo reprodutivo de Perna perna é um excelente
biomarcador para a contaminação ambiental.
Palavras-chave: Ecotoxicologia marinha. Antropogênico. Mexilhão
Marrom. Reprodução.