Assembleias e Padrões Alimentares de Peixes da Reserva Biológica do Córrego Grande, Conceição da Barra, Espírito Santo, Brasil
Nome: MARCELLA BUENO RIBEIRO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 04/03/2020
Orientador:
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Papel |
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LUISA MARIA SARMENTO SOARES FILHO | Orientador |
Banca:
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Papel |
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GABRIEL FERNANDO REZENDE | Suplente Externo |
KYRIA SANTIAGO DO NASCIMENTO | Coorientador |
LEONARDO EVANGELISTA MORAES | Examinador Externo |
LUISA MARIA SARMENTO SOARES FILHO | Orientador |
SAVANA DE FREITAS NUNES | Examinador Externo |
Resumo: O presente estudo foi desenvolvido com o objetivo de
investigar a estrutura trófica alimentar de peixes de riachos em
relação a sazonalidade temporal (estações seca e chuvosa) na
Bacia do Rio Itaúnas, na abrangência da Reserva Biológica do
Córrego Grande, extremo norte do Espírito Santo. Os dados
primários foram obtidos em 2013, durante a estação chuvosa e
repetidos, com a seleção de quatro pontos de estudo, em 2018
durante a estação seca. Os pontos de coleta foram dentro da
Reserva Biológica, no Riacho Doce e na sua zona de
amortecimento, nos córregos Grande e Dourado. A coleta dos
exemplares ocorreu com o auxílio de puçás e picarés. A
caracterização da composição taxonômica da ictiofauna se deu
através da utilização de descritores ecológicos como
abundância, riqueza de espécies e diversidade, além da
análise da Frequência de Ocorrência das espécies. Foram
coletados no total 1991 indivíduos, distribuídos em cinco
ordens, 11 famílias e 27 espécies. Onze espécies foram
escolhidas para a análise do conteúdo estomacal, com base na
sua ocorrência constante ou ocasional, além de espécies
consideradas raras e ameaçadas de extinção como Mimagoniates
sylvicola e Acentronichthys leptos. Foram registradas na reserva
populações abundantes de Mimagoniates microlepis, uma espécie
não encontrada fora de área protegida, assim como Aspidoras
virgulatus, também encontrada em riachos florestados. Foi feita
a análise da dieta dos peixes com base na análise dos
estômagos e itens alimentares, inferidos pela investigação da
frequência de ocorrência dos itens alimentares no conteúdo
estomacal, grau de digestão e grau de repleção. Os peixes
foram distribuídos em guildas tróficas com base no principal
alimento consumido. A principal fonte de alimento foi de origem
autóctone, durante a estação chuvosa, especialmente larvas e
ninfas aquáticas de insetos; enquanto na estação seca, a
origem da maioria dos itens alimentares foi alóctone, como
artrópodes terrestres que caem da vegetação circundante e
restos da própria vegetação ripária. Os resultados indicam
que os ambientes de riacho são interdependentes em relação a
floresta circundante, de alimento, sombra e abrigo que vem da
vegetação ripária. Uma parcela de organismos aquáticos
investigados só existe dentro da área protegida. A adoção de
práticas agrícolas ambientalmente mais amigáveis no entorno da
reserva irá contribuir para a proteção dos peixes tanto dentro
da reserva quanto em sua área de entorno.na sua zona de
amortecimento.
Palavras-chave: Unidade de conservação, ictiofauna, riachos,
ecologia trófica, alimentação