Análise Paleopatológica da Coluna Vertebral de Eremotherium Laurillardi (lund, 1842)(mammalia, Xenarthra)
Nome: Rodrigo Ventura Germano
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 31/08/2020
Orientador:
Nome | Papel |
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Fernando Henrique de Souza Barbosa | Co-orientador |
Taissa Rodrigues Marques da Silva | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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Fernando Henrique de Souza Barbosa | Coorientador |
Louisiane de Carvalho Nunes | Examinador Externo |
Maria Somália Sales Viana | Examinador Externo |
Mariela Cordeiro de Castro | Suplente Externo |
Taissa Rodrigues Marques da Silva | Orientador |
Uiara Gomes Cabral | Suplente Externo |
Resumo: Eremotherium laurillardi é uma dentre as diversas espécies de megamamíferos que populavam o Brasil durante o Pleistoceno, até se extinguirem durante a transição entre o Pleistoceno e o Holoceno. Seus restos ósseos são encontrados por todo o país, mas principalmente na Região Intertropical Brasileira (RIB) em depósitos fossilíferos de tanque natural ou cavernas. O estudo de suas paleopatologias pode contribuir com informações paleoecológicas, visto que a maior parte das lesões preservadas no registro fossilífero ocorrem
através da interação dos organismos com o ambiente. No Brasil, estudos paleopatológicos de forma geral ainda são escassos, mas atualmente há um crescente número de trabalhos concentrados na megafauna. Neste trabalho, descrevemos e interpretamos alterações ósseas presentes em elementos da coluna vertebral de E. laurillardi. 990 vértebras procedentes das
cavernas Toca das Onças (município de Jacobina, Bahia) e Toca dos Ossos (município de Ourolândia, Bahia) foram analisadas macroscopicamente em busca de feições paleopatológicas. Apenas 34 espécimes apresentaram essas feições, sendo: 3 vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas, 5 vértebras lombares e 14 vértebras caudais. Dentre esses, apenas 7 são de indivíduos jovens e a maioria das vértebras afetadas são torácicas e lombares. Oito tipos de lesões foram diagnosticados: anomalia congênita, Doença de Deposição de Pirofosfato de Cálcio, espondiloartropatia, espondilose deformante, fratura por compressão,
infecção, nódulo de Schmorl e tumor ósseo. Este é o primeiro relato de anomalia congênita e de tumor ósseo em E. laurillardi, assim como o primeiro de uma associação de espondiloartropatia com tumor, nódulo de Schmorl com infecção e Doença de Deposição de Pirofosfato de Cálcio com infecção. As vértebras com maior quantidade e variedade de lesões ósseas foram as vértebras caudais, podendo ser um reflexo do uso da cauda como apoio para o uso da postura bípede e do uso dela para a defesa.
Palavras-chave: Paleopatologias; mamíferos pleistocênicos; Quaternário, Xenarthra, doenças.