Morfologia e evolução em vespas parasitoides (Hymenoptera: Chalcididae: Chalcidinae)
Nome: João Paulo Maires Hoppe
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 17/12/2020
Orientador:
Nome | Papel |
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Marcelo Teixeira Tavares | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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BERNARDO FERREIRA DOS SANTOS | Suplente Externo |
BRUNO CANCIAN DE ARAUJO | Examinador Externo |
Frederico Falcão Salles | Suplente Interno |
Marcelo Teixeira Tavares | Orientador |
Paulo De Marco Júnior | Examinador Externo |
Renan Maestri | Examinador Externo |
Tiago Mauricio Francoy | Examinador Externo |
Resumo: Os parasitoides são organismos que atacam um único hospedeiro e dele obtém seus recursos
para sobrevivência e desenvolvimento, provocando sua morte no final do processo. É uma
estratégia evolutiva de grande sucesso, presente em pelo menos 10% das espécies de insetos
conhecidas. Hymenoptera é uma ordem megadiversas de insetos holometábolos, com mais de 146
mil espécies descritas. O parasitoidismo surge pelo menos uma vez na história evolutiva da ordem,
e está presente em metade de suas espécies. Um dos grupos taxonômicos de hábitos parasitoides são
os Chalcididae, divididos em oito subfamílias, entre elas Chalcidinae. Os Chalcidinae são
constituídos por espécies com distribuição principalmente no Novo Mundo, com a maior parte de
sua diversidade presente na Região Neotropical, representados por seis gêneros: Stenosmicra,
Melanosmicra, Chalcis, Corumbichalcis, Pilismicra e Conura, com cerca de 400 espécies descritas.
São conhecidos registros para dois gêneros. Chalcis possui especificidade com as moscas-soldado,
da família Stratiomyidae, enquanto Conura possuem um rol de hospedeiros diferenciado, atuando
como parasitoides e hiperparasitoides. Essa heterogeneidade de hospedeiros é acompanhada por
uma diversidade morfológica, singular entre os Chalcididae. Uma vez que as estruturas corporais
estão intrinsicamente ligadas às funções biológicas, isso levanta a questão de qual é a associação
entre forma e função nos Chalcidinae. No Capítulo 1, é apresentado um catálogo mundial das
interações dos Chalcidinae com seus hospedeiros, revisando os dados disponíveis na literatura e
apresentando informações inéditas a partir de material depositado em coleções. Foram encontrados
registros de interações em 105 espécies de Chalcidinae em 412 táxons de hospedeiros diferentes,
totalizando 2.581 registros. Outros 127 registros foram encontrados envolvendo associações de
Chalcidinae com plantas. Dos 2.708 registros, 105 são inéditos. No Capítulo 2, esse conhecimento é
utilizado para classificar os Chalcidinae em guildas taxonômicas, a partir da maneira em que
exploram seus hospedeiros, e relacionar com a forma do corpo, representa pela cabeça, mesossoma
e metatíbia, analisada a partir da morfometria geométrica. A forma da cabeça e mesossoma
apresentaram variância considerável, enquanto a metatíbia foi pouco variante. Chalcidinae
apresentou estruturação morfológica moderada quando considerada a taxonomia, e um padrão mais
tênue quando considerada a ecologia. Somente as interações parasita-hospedeiro não explicam a
variedade das formas. O tamanho é de pouca influência para explicar a variação da forma. A
dissociação de estruturação entre agrupamentos taxonômicos e ecológicos sugere que não há
especialização nas divisões de Conura. Ainda, sugere que formas similares entre suas espécies
sejam produtos de convergência evolutiva.
Palavras-chave: Alometria, Chalcidinae, Chalcis, Conura, Morfometria Geométrica.