Evolução e Biogeografia de Atalophlebiinae (Ephemeroptera, Leptophlebiidae)

Nome: Felipe Donateli Gatti
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 07/06/2021
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Frederico Falcão Salles Co-orientador
Yuri Luiz Reis Leite Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Ana Carolina Loss Rodrigues Examinador Interno
Cecília Waichert Monteiro Examinador Interno
Daniela Maeda Takiya Examinador Externo
Eduardo Andrade Botelho de Almeida Examinador Externo
Frederico Falcão Salles Coorientador
Gustavo Rocha Leite Suplente Interno
Joyce Rodrigues de Araujo Suplente Externo
Yuri Luiz Reis Leite Orientador

Resumo: Atalophlebiinae (Ephemeroptera, Leptophlebiidae) é uma
subfamília de efêmeras presente em áreas temperadas e
montanhosas da América do Sul e Austrália. No primeiro
capítulo deste trabalho, testamos a hipótese de que tanto a
vicariância quanto a dispersão, relacionadas à separação da
Gondwana, contribuíram para a origem, diversificação e
moldaram a distribuição atual desse grupo. A hipótese foi
testada usando filogenética bayesiana, datação molecular
baseada em fósseis e estimativa de área ancestral para
reconstruir a biogeografia das linhagens dentro do grupo. Os
resultados sugerem que Atalophlebiinae se origina durante o
período Cretáceo, após um evento vicariante, durante a segunda
fase de separação do supercontinente Gondwana. Posteriormente,
a linhagem se diversificou em um cenário referente ao corredor
gondwânico formado pela América do Sul, Antártica e
Austrália. Ao término da separação dos continentes que
integravam o corredor, as especiações aconteceram dentro das
atuais áreas de ocorrência. Assim, a diversidade e
distribuição de Atalophlebiinae foram moldadas por complexos
processos envolvendo vicariância, dispersão e especiação
dentro do corredor Gondwânico. No segundo capítulo,
considerando a complexa dinâmica da paisagem na América do Sul,
investigamos a história evolutiva de Massartella Lestage, 1930
(Ephemeroptera, Leptophlebiidae, Atalophlebiinae). O gênero é
atualmente composto por cinco espécies endêmicas do continente,
adaptadas a ambientes frios e montanhosos em regiões de
florestas tropicais. Massartella tem distribuição disjunta,
ocorrendo nas montanhas ao longo da Mata Atlântica e na região
venezuelana do Pantepui, mas está ausente entre essas áreas.
Aqui usamos filogenética bayesiana e datação molecular baseada
em fósseis para reconstruir a história evolutiva de
Massartella. Os resultados recuperaram o monofiletismo do
gênero, e das linhagens Pantepui e Mata Atlântica, e sugerem
que o último ancestral comum desses clados viveu há
aproximadamente 66,84 milhões de anos atrás durante o
Cretáceo-Paleogeno. Os processos de diversificação começaram
ao mesmo tempo nas duas linhagens, e as relações entre as
espécies do Pantepui foram bem suportadas. Por outro lado,
muitas relações entre as espécies nas montanhas da Mata
Atlântica permanecem incertas. O monofiletismo recíproco das
linhagens indica que não houve conexão subsequente a
separação dos clados, ou a extinção dos dispersores. A
biodiversidade nas montanhas tem a assinatura tanto de eventos
geoclimáticos e processos ecológicos antigos quanto recentes, e
as oscilações climáticas e ciclos de incursões marinhas na
América do Sul podem ter sido responsáveis pelo isolamento das
linhagens Pantepui e Mata Atlântica, bem como pelos processos de
especiação nessas regiões.

Palavras-chave: área ancestral, dispersão, tempos de
divergência, biogeografia histórica, montanhas, Neotropical,
América do Sul, vicariância.

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