Distribuição e abundância de microplásticos em praias com diferentes níveis
de antropização: análises em sedimento, água e diferentes tecidos de
Stramonita brasiliensis (Claremont & D. Reid, 2011)
Nome: MATEUS REIS MILAGRES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 29/08/2022
Orientador:
Nome | Papel |
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MERCIA BARCELLOS DA COSTA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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JONES BERNARDES GRACELI | Suplente Externo |
MARCOS ANTONIO DOS SANTOS FERNANDEZ | Examinador Externo |
MERCIA BARCELLOS DA COSTA | Orientador |
RYAN CARLOS DE ANDRADES | Suplente Interno |
TERESA CRISTINA RODRIGUES DOS SANTOS FRANCO | Examinador Externo |
Resumo: A produção de plásticos em escala mundial cresce
vertiginosamente, passando de 367 milhões de toneladas em 2020,
sendo a maioria destes descartados após um único uso. Estima-se
entre 4.8 e 12.7 milhões toneladas métricas de plástico
cheguem aos oceanos do planeta a cada ano. Atualmente, esses
resíduos são onipresentes no ecossistema. Microplásticos (MPs)
são comumente definidos como partículas com tamanho inferior a
5 mm e originam-se de duas fontes principais: podem surgir a
partir da degradação de detritos plásticos maiores ou podem
ser produzidos em tamanho microscópico. Tais partículas podem
ser ingeridas por muitas espécies marinhas, levando a danos
físicos diretos e a efeitos tóxicos potenciais. Além disso,
acumulam-se na cadeia alimentar via predação e chegam as
espécies comestíveis, podendo causar riscos inclusive à saúde
humana. Os impactos causados pelos MPs já vêm sendo estudados,
entretanto, no Brasil, os estudos ainda estão em fase inicial.
Diante disso, esse trabalho tem como objetivo comparar a
distribuição e a abundância de microplásticos encontrados na
água do mar, no sedimento e nos diferentes tecidos de Stramonita
brasiliensis coletados em praias submetidas à diferentes níveis
de urbanização e impactos antrópicos. Para tanto, foram
coletadas amostras de sedimento, água e exemplares de S.
brasiliensis em 5 pontos amostrais ao longo da costa do Espírito
Santo. Os MPs encontrados foram recolhidos e depositados em
papéis filtros dispostos em placas de Petri, onde foram
visualizados em lupa, fotografados, quantificados, classificados
por tipo e a composição química de três exemplares foi
analisada pela Espectroscopia Raman. Os resultados evidenciam uma
relação diretamente proporcional entre urbanização e
disponibilidade de MPs no ambiente marinho. Além disso, foram
identificados 3 tipos diferentes de polímeros: poliuretano
(PUR), polietileno (PE) e poliéster (PES). Por fim, S.
brasiliensis se consolida como um ótimo bioindicador para
contaminação por MPs devido à elevada abundância de
partículas encontradas nos organismos coletados.
Palavras-chave: Microplásticos; Gastrópodes; Stramonita
brasiliensis; Impactos antrópicos.