TEMPORAL GENETIC MONITORING, ILLEGAL COMMERCIALIZATION, AND TROPHIC GROWTH OF EPINEPHELUS ITAJARA (LICHTENSTEIN, 1822) ON THE BRAZILIAN COAST
Nome: LORENA LOPES ALMEIDA
Data de publicação: 27/04/2023
Banca:
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Papel |
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ÁTHILA BERTONCINI ANDRADE | Examinador Externo |
BEATRICE PADOVANI FERREIRA | Examinador Externo |
CLÁUDIO DE OLIVEIRA | Examinador Externo |
FÁBIO FERNANDES ROXO | Examinador Interno |
MAURICIO HOSTIM SILVA | Presidente |
Resumo: O mero, Epinephelus itajara, é a maior espécie de garoupa do Oceano Atlântico e de
grande importância econômica e ecológica. O crescimento lento, maturação sexual tardia,
fidelidade de habitat e migrações ontogenéticas e reprodutivas são características que
tornam a espécie vulnerável à sobrepesca e à degradação dos ambientes marinhos e
costeiros. A intensa pressão pesqueira levou a espécie a um grande declínio em suas
populações e embora a espécie esteja protegida no Brasil, a pesca ilegal do mero ainda é
comum. Neste contexto e levando em consideração a vulnerabilidade da espécie, a
presente tese foi dividida em três capítulos e teve como objetivos avaliar o enriquecimento
trófico e a diversidade genética temporal dos meros juvenis, bem como identificar o
comércio ilegal dos meros ao longo da costa brasileira. O capítulo 1 teve como objetivo
estimar o enriquecimento trófico dos meros juvenis durante uma fase crítica de seu ciclo
de vida. Para esse fim, examinamos como os valores de 15N dos meros juvenis variaram
com o comprimento total dos peixes coletados nos estuários dos rios São Mateus e
Itaúnas. Um total de 100 meros juvenis foram analisados e foram observadas relações
positivas entre os valores de 15N e o comprimento dos peixes. O enriquecimento trófico
foi lento, mas consistente entre os dois locais, possivelmente refletindo diferentes fontes
isotópicas basais. No capítulo 2, 126 amostras de meros juvenis coletados no estuário do
rio São Mateus em 2013, 2015, 2018 e 2022 foram analisadas com 18 loci microssatélites.
Dentre os loci analisados, 13 foram polimórficos e não houve diferenças para He, FIS e
FST para o teste de estruturação genética temporal. Os resultados da AMOVA indicaram
que 99,64 % da variação genética total correspondeu a diferenças entre os indivíduos.
Não houve subestrutura detectável para a análise de agrupamento Bayesiano, indicando
que todos os indivíduos compartilham ancestralidade mista. O teste de bottleneck sugeriu
um possível efeito gargalo no passado, todavia, não encontramos evidências de
estruturação genética temporal para esta população nos últimos 10 anos. E por fim, no
capítulo 3, foi empregada a ferramenta de DNA barcoding, empregando o gene
mitocondrial COI, para identificar a comercialização ilegal do mero em mercados de
peixe em três estados brasileiros. O DNA barcoding permitiu a identificação de 24 (85.7
%) das 28 amostras de peixes coletadas. As três áreas amostradas tiveram confirmação
de venda ilegal do mero e das 22 amostras comercializadas, 17 (77.3 %) foram
confirmadas como E. itajara. Os resultados obtidos nesta tese visam fornecer
informações importantes para futuros programas de monitoramento, fiscalização e
gerenciamento costeiro para a espécie, bem como gerar informações para a avaliação da
espécie que será realizada no ano de 2023 para avaliar a necessidade de prorrogação da
moratória que atualmente protege a espécie.