Conflitos enfrentados pela população de gambás-de-orelha-preta, Didelphis aurita, Wied-Neuwied, 1826, em áreas urbanizadas.

Nome: IASMIN MACÊDO

Data de publicação: 27/11/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
AUREO BANHOS DOS SANTOS Presidente
ELISANDRA CHIQUITO Examinador Externo
YHURI CARDOSO DE NOBREGA Examinador Externo

Resumo: Animais da fauna nativa estão sofrendo com a perda de habitat e necessitam
buscar novas áreas para sobreviver. As cidades se tornam uma opção para a
sobrevivência desses animais, tendo farta disponibilidade de alimentos e abrigos.
Algumas espécies se adaptaram muito bem ao ponto de terem sua densidade
populacional maior em áreas urbanas do que em áreas naturais, denominadas
“exploradoras urbanas”. A interação homem e fauna aumenta e com ela surgem os
benefícios e os conflitos. O presente estudo buscou identificar e caracterizar os

conflitos que afetam o bem-estar e o estado de saúde da população de gambás-de-
orelha-preta, Didelphis aurita, Wied-Neuwied, 1826, em área urbana no estado do

Espírito Santo. Inicialmente foi feita uma análise dos dados dos resgates no ano de
2022 por meio de um estudo sistematizado implementado no Centro de Triagem de
Animais Silvestres do estado do Espírito Santo (CETAS/IBAMA-ES). Foi realizada a
inspeção dos indivíduos regatados ou entregue para a detecção de ácaros e
carrapatos. Ao final, foi relatado a destinação dos animais atendidos, mostrando o
percentual de sucesso na reabilitação destes animais. No ano de 2022 foram
registrados 144 casos de resgates, que incluíram 421 indivíduos de D. aurita no
CETAS/IBAMA-ES. Apenas 19 puderam ser soltos imediatamente, o restante precisou
de cuidados. O conflito com o maior número de ocorrência foi o de filhotes-órfãos (N
= 78), que acarreta um maior esforço para os cuidados com os indivíduos (N = 339).
Além disso, muitos indivíduos (N = 209) foram recebidos num período curto, entre
setembro e outubro de 2022, que corresponde ao período reprodutivo da espécie. Não
foram encontrados ácaros e carrapatos nos 35 indivíduos de D. aurita avaliados.
Apesar dos esforços, apenas 131 indivíduos puderam ser soltos, os outros 290 vieram
a óbito ou foram eutanasiados. A chegada de indivíduos órfãos como o conflito mais
frequente, intensificado nos meses de setembro e outubro, causando a sobrecarga
dos atendimentos, suscita um alerta quanto ao impacto causado em fêmeas adultas
e a necessidade de investir recursos e atenção na sobrevivência dos filhotes. A
educação ambiental da comunidade em regiões onde os conflitos ocorrem e/ou
próximos aos meses que antecedem o período reprodutivo da espécie, é crucial para
a redução desses conflitos e consequentemente redução do recebimento nos centros
de reabilitação. Os resultados elucidam sobre a dinâmica desses conflitos e podem

ser explorados para investigar aspectos da interação entre seres humanos e a fauna
nativa, bem como a percepção da comunidade acerca da importância desses animais.
Palavras-chave: Conflito humano-fauna. Fauna sinantrópica. Reabilitação.
Conservação. Educação Ambiental.

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