Insetos aquáticos do Espírito Santo – uma
revisão bibliográfica, biogeográfica e
ecológica das ordens Ephemeroptera e
Odonata
Nome: DIEGO FERNANDES GOMES PEREIRA
Data de publicação: 18/03/2024
Resumo: As ações humanas sobre os ecossistemas naturais causam grandes perdas de
espécies, e os insetos aquáticos estão dentre os grupos mais impactados. Para
diminuir a perda de espécies, a compreensão de onde elas ocorrem é o primeiro
e mais indispensável passo a ser tomado. Sem este conhecimento, é impossível
determinar espécies e locais prioritários para receber ações de preservação.
Este trabalho teve o objetivo de determinar o nível de conhecimento sobre as
ordens Ephemeroptera e Odonata para o estado do Espírito Santo.
Este trabalho foi realizado por meio da criação de bancos de dados de
coordenadas de ocorrência de ambas as ordens no estado – com consultas a
coleções, buscas em plataformas digitais e comparações com outros bancos de
dados disponíveis. As coordenadas das espécies foram então comparadas com
os limites de diversas variáveis geográficas, a fim de verificar a distribuição das
ordens no Espírito Santo.
Nove famílias e 129 espécies de efêmeros estão registradas para o estado, em
52 municípios, sendo 21 endêmicas. 77 espécies ocorreram em 12 (de 27)
Unidades de Conservação, e 64 ocorreram exclusivamente em áreas de Floresta
Ombrófila Densa. A bacia hidrográfica do Rio São Mateus apresentou o maior
número de espécies exclusivas (16). Os extremos noroeste e sudeste do estado
apresentam lacunas de conhecimento para a ordem.
222 espécies de libélulas, em 11 famílias e 32 municípios, estão registradas para
o Espírito Santo. 72 espécies ocorreram em nove (de 27) Unidades de
Conservação. A bacia hidrográfica do Litoral Centro-Norte apresentou o maior
número de espécies registradas (90). Os extremos noroeste e sudeste do estado
mais uma vez são os pontos do estado que apresentam lacunas de
conhecimento para a ordem.
O conhecimento de ambas as ordens continua avançando no Espírito Santo,
mas o tamanho das lacunas causadas pelo viés de coleta nas proximidades dos
grandes centros não deve ser negligenciado – em especial para a ordemOdonata. A correção destas lacunas deve ser tratada como prioridade nos
próximos anos, de modo a facilitar políticas de conservação no estado.