Estruturação genética e relações de parentesco de golfinhos-de-dentes-rugosos no Atlântico Sudoeste

Nome: GABRIELA ORTOLANE MEDEIROS

Data de publicação: 17/09/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA LÚCIA CYPRIANO DE SOUZA Examinador Externo
ANA PAULA CAZERTA FARRO DA ROSA Presidente
LEONARDO FLACH Examinador Externo

Resumo: Por serem organismos sociais, em uma mesma população de golfinhos é comum observar a formação a curto ou longo prazo de diferentes unidades sociais. Associações como esta, podem ser formadas por organismos aparentados ou que não apresentam relação de parentesco. Os golfinhos-de-dentes-rugosos são conhecidos por formar grupos com poucos animais, normalmente de 10 a 20 indivíduos. Embora esteja classificada como “Pouco Preocupante”, ainda se trata de uma espécie pouco conhecida, sendo essencial que investiguemos a existência das relações de parentesco na população costeira do Atlântico Sudoeste, uma vez que não são encontrados estudos que abordem este aspecto na região. Desta forma, o presente trabalho visa descrever as possíveis relações de parentesco na população costeira de Steno bredanensis, além de dar continuidade as investigações de diversidade genética já iniciadas. Por meio da região controle do DNA mitocondrial (D-loop) e 10 locos microssatélites, foram utilizadas amostras coletadas por biópsia (n = 07), provenientes de encalhe (n = 12) e sequências de D-loop disponibilizadas pelo PMC-BS (n = 18). Os programas ML-Relate e Colony foram utilizados para determinar as relações de parentesco. Com as sequências de DNA mitocondrial foram evidenciadas três populações no Oceano Atlântico Sudoeste (ES + RJ, São Paulo e Oceânica), dessas, duas apresentaram baixos índices de diversidade haplotípica e nucleotídica (ES + RJ: h = 0,074 e = 0,0001; Oceânica: h = 0,400 e = 0,0020). Ao passo que, para os locos microssatélites foram verificadas duas populações com média de heterozigosidade observada e esperada moderada (Espírito Santo: Ho = 0,600 e He = 0,526; Ilha Grande-Sepetiba: Ho = 0,653 e He = 0,534). Para a população do Espírito Santo foram evidenciados relacionamentos de irmãos completos, meio-irmãos ou pais/filhotes. Em contrapartida, para Ilha Grande-Sepetiba foram revelados vínculos entre meio-irmãos e pais/filhotes. Os resultados de estruturação observados podem estar associados a uma diferenciação em microescala, onde as configurações de grupo são formadas devido à especialização de recursos ou fidelidade ao local. As diferenças observadas nos índices de diferenciação populacional para cada marcador, indicam dispersão genética influenciada pelo sexo. Quanto as relações de parentesco, foi sugerido que as fêmeas sejam mais filopátricas, enquanto os machos são mais transientes. Os resultados deste estudo são fundamentais para avaliar a eficácia das estratégias de conservação e prever a necessidade de intervenções futuras.

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