COMPOSIÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E ESTRUTURA DAS ASSEMBLEIAS DE PEIXES NAS REGIÕES ESTUARINAS E MARINHAS COSTEIRAS ADJACENTES IMPACTADAS PELO MAIOR DESASTRE AMBIENTAL COM MINERAÇÃO DO BRASIL
Nome: RAFAEL LIMA OLIVEIRA
Data de publicação: 07/08/2024
Banca:
Nome |
Papel |
|---|---|
| AGNALDO SILVA MARTINS | Examinador Interno |
| ANA PAULA PENHA GUEDES | Examinador Externo |
| LEONARDO EVANGELISTA MORAES | Examinador Externo |
| MAURICIO HOSTIM SILVA | Presidente |
| SUSANNE TANNER | Examinador Externo |
Resumo: A crescente necessidade de caracterizar e quantificar a biodiversidade em suas múltiplas dimensões tem mostrado a importância de integrar diferentes abordagens nos estudos das relações dos organismos com as flutuações ambientais em diferentes escalas espaciais e temporais. O presente estudo objetivou explorar diferentes descritores ecológicos das assembleias de peixes e suas relações com variáveis ambientais locais e espaciais, considerando quatro estuários e suas respectivas áreas marinhas costeiras adjacentes. Foi levantada a hipótese que diferentes fatores ambientais em diferentes escalas têm influência nos descritores
ecológicos das assembleias de peixes. No capítulo 1, foi avaliada a correlação entre a riqueza e a densidade das espécies de peixes e variáveis físico-químicas da água (salinidade, temperatura, oxigênio dissolvido, pH e turbidez) utilizando modelos
lineares generalizados mistos (GLMMs). Os modelos mais explicativos para cada variável resposta (riqueza e densidade) incluíram diferentes conjuntos de variáveis preditoras. Para riqueza de espécies, as variáveis profundidade e turbidez foram incluídas em todos os modelos mais explicativos. Por outro lado, a maioria das variáveis ambientais foram mantidas nos modelos mais explicativos para a variável resposta densidade. No capítulo 2, foi analisada a contribuição dos locais e das espécies para a diversidade beta e sua relação com variáveis ambientais locais, espaciais, e métricas das assembleias de peixes. Os resultados indicaram que os locais que mais contribuíram para a variação da diversidade beta foram as áreas estuarinas. As variações nas contribuições dos locais foram influenciadas principalmente pelas variáveis salinidade, profundidade e temperatura. No capítulo 3, foi avaliada a composição e distribuição de guildas ecológicas e suas variações ao longo das estações chuvosa e seca. Os padrões gerais de dominância das guildas indicaram maior contribuição das guildas de espécies de origem marinha ao longo
dos sistemas. As espécies da guilda de água-doce contribuíram mais nas áreas associadas ao estuário do São Mateus e do Rio Doce. Ao longo das estações chuvosa e seca, a maior parte da variabilidade na abundância das espécies foi relacionada à
perda de indivíduos, principalmente de espécies dominantes. Entre os quatro sistemas estuarinos-costeiros avaliados, somente Caravelas e Rio Doce indicaram mudança sazonal significativa, com dominância do componente de ganho de indivíduos em Caravelas e perdas de indivíduos no Rio Doce. Por fim, no capítulo 4, estimamos a relação peso-comprimento para as espécies Catathyridium garmani (46 indivíduos), Pseudauchenipterus affinis (159 indivíduos), Cathorops arenatus (15 indivíduos) e Anchoviella brevirostris (83 indivíduos). Todas as estimativas foram significativas e novos valores de comprimento total para duas espécies foram reportados. Sendo assim, os resultados da presente tese enfatizaram a influência de variáveis ambientais locais nos descritores ecológicos das assembleias de peixes, principalmente nas áreas estuarinas. Por outro lado, a influência das variáveis espaciais indica potenciais fontes de variação ambiental em escalas mais amplas, que também podem influenciar os padrões de composição e distribuição da ictiofauna. Dessa forma, torna-se importante acessar gradientes estuarinos-marinhos em múltiplas escalas espaciais e temporais.
