PERSPECTIVA ESTÉTICO-CIENTÍFICA: DESENVOLVIMENTO DE MÉTODOS QUE APRIMOREM O ASPECTO NATURAL DAS PLUMAGENS DE AVES (CLASSE AVES) PLASTINADAS
Nome: MARCOS VINÍCIUS FREITAS SILVA
Data de publicação: 08/10/2024
Banca:
Nome | Papel |
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AUREO BANHOS DOS SANTOS | Presidente |
CARLOS AUGUSTO DE CAMARGO SOUZA BAPTISTA | Examinador Externo |
TAINÁ DE ABREU | Examinador Externo |
Resumo: A plastinação é considerada a técnica padrão-ouro na preservação de tecidos biológicos, permitindo sua
conservação de maneira natural, não tóxica, de fácil armazenamento e alta durabilidade. No entanto, a
literatura sobre a plastinação de aves é escassa, devido à complexidade do tratamento das penas. Sendo as
aves a segunda classe mais diversa entre os vertebrados, é essencial registrar e preservar sua diversidade
em coleções por meio de técnicas modernas. Este trabalho teve como objetivo investigar e adaptar o
processo de plastinação para plumagens de aves, preservando a integridade morfológica e o aspecto
natural dos espécimes. Foram utilizadas 32 carcaças de Pombo-doméstico (Columba livia) como modelo,
plastinadas segundo os dois protocolos de impregnação: em temperatura ambiente (±25 °C) e em baixa
temperatura (-25 °C). Após a impregnação, quatro tratamentos foram aplicados, cada um com 6
espécimes, sob os dois protocolos de impregnação: adsorção com amido, absorção com papel,
aquecimento (60 °C) e emulsificação. Análises macro e microscópicas avaliaram as alterações estruturais
causadas pelo silicone e a eficácia dos tratamentos. Além disso, a massa dos espécimes foi mensurada
antes e após os tratamentos para avaliar a eficácia na remoção do silicone ao final do processo. Os
tratamentos que apresentaram resultados promissores foram os de absorção com papel e adsorção com
amido de milho, estes demonstraram uma melhora estética visual significativa, com eficácia na remoção
do excesso de silicone das penas, enquanto os demais não apresentaram resultados estéticos promissores.
No entanto, microscopicamente, embora o amido de milho tenha removido grande parte do silicone da
superfície das penas, ele produziu artefatos aderidos à esta superfície, enquanto nos demais tratamentos
observou-se a formação de uma camada de silicone sobre a espátula das penas. Estes resultados foram de
extrema importância para o entendimento do efeito da plastinação sobre a estrutura das penas, permitindo
a adaptação da técnica para aves, ampliando seu uso em coleções didáticas, científicas, aulas expositivas e
pesquisas. Além disso, ambos os tratamentos oferecem uma solução econômica e ecológica para a gestão
de coleções a longo prazo, contribuindo para a preservação de espécimes com altíssima qualidade, quando
comparado ao protocolo convencional de plastinação. Por fim, este trabalho ajudou a desvendar um
problema que desafia a plastinação desde 1978, que é a plastinação de aves com a preservação natural das
penas, auxiliando na divulgação e disseminação da técnica de plastinação e ampliando sua aplicação a
este táxon tão diverso.