Paisagens antropizadas ocupam áreas climaticamente
adequadas para a diversidade de pequenos mamíferos na Mata Atlântica.
Nome: VALERIA DALLAPICULA BERALDINO
Data de publicação: 20/08/2025
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| ANA CAROLINA LOSS RODRIGUES | Presidente |
| GABRIEL SILVA SANTOS | Examinador Externo |
| ROBERTA PARESQUE | Examinador Interno |
Resumo: A Mata Atlântica abriga uma rica biodiversidade de espécies, incluindo os pequenos
mamíferos, das ordens Didelphimorphia e Rodentia, os quais são bons bioindicadores
para estudos de impactos antrópicos no habitat. Pressões antrópicas, como o
desmatamento e estabelecimento de diferentes matrizes a partir da conversão de
áreas florestais em paisagens antropizadas como agropecuária, silvicultura e
urbanização, têm causado alterações significativas que impactam diretamente a
diversidade desse e de outros grupos. Nesse contexto, o presente estudo avaliou o
quanto as diferentes classes de uso e cobertura do solo ocupam áreas climaticamente
adequadas para diferentes níveis de diversidade (alta, média e baixa) para pequenos
mamíferos no bioma. Para isso, geramos um mapa de riqueza taxonômica potencial,
a partir de modelos de distribuição de espécies baseados em variáveis bioclimáticas
(temperatura e precipitação), que pressupõe que o habitat potencial para cada espécie
corresponde às condições ambientais onde sua ocorrência é mais provável. Esse
mapa foi combinado a dados espaciais de uso e cobertura do solo, e aplicamos
modelos lineares generalizados para identificar a influência dessas classes sobre a
diversidade nessas áreas. Os resultados indicam que áreas de alta diversidade
apresentam mais de 50% de seu habitat potencial preservado, entretanto, a conversão
do habitat em áreas antropizadas, que hoje ocupa mais de 20% das áreas é
preocupante. Áreas de diversidade média apresentam redução do habitat potencial
(~40%) e grande proporção de área ocupada por uso antrópico (~40%), enquanto em
áreas de baixa diversidade, a ocupação antrópica ocupa cerca de 48% da área,
restando cerca de 32% de habitat potencial. Esses resultados reforçam a importância
da preservação e restauração de remanescentes florestais para a conservação da
biodiversidade, oferecendo subsídios para a definição e implementação de áreas
prioritárias para proteção e restauração. Além de evidenciarem a necessidade de
fortalecimento e cumprimento das legislações ambientais voltadas à proteção da
biodiversidade na Mata Atlântica, especialmente diante das tentativas recentes de
enfraquecimento de leis ambientais e do aumento do desmatamento no bioma nos
últimos anos.
Palavras-chave: Conservação; Pequenos mamíferos; Uso e Ocupação do Solo; Mata
Atlântica; Conversão de habitat; Desmatamento.
