DISTRIBUIÇÃO de Flebotomíneos (diptera, Psycholidade) em Diferentes Níveis de Altitude, Numa Região Endêmica de Leishmaniose Tegumentar, no Estado do Espírito Santo, Brasil
Nome: ADELSON LUIZ FERREIRA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 18/12/2001
Banca:
Nome | Papel |
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Aloísio Falqueto | Orientador |
Elizabeth Ferreira Rangel | Examinador Externo |
José Luiz Helmer | Examinador Interno |
Resumo: A distribuição geográfica da leishmaniose tegumentar (LT) variar conforme a região, em função de fatores geológicos e climáticos pouco estudados até o momento. Tais fatores determinam a ocorrência regional de diferentes espécies de flebotonímeos, entre as quais aparecem os vetores da doença. Na região Sudeste do Brasil suspeita-se que pelo menos três espécies, Lutzomyia intermedia, L. whitmani e L. migonei participem da transmissão da Leishmania (Viannia) braziliensis, principal agente etiológico. No estado do Espírito Santo observa-se que a LT ocorre em áreas com altitude de até 800 metros, supondo-se que a ausência de transmissão acima desse nível ocorra em função do desaparecimento das espécies vetoras.
Em um vale no município de Afonso Cláudio-ES, estudou-se a distribuição de flebotomíneos em três níveis de altitude, caracterizando uma área de transmissão ativa, entre 650 e 750 metros, outra de transição, entre 750 e 850 metros, e a terceira sem transmissão de LT, entre 850 e 950 metros. Capturas sistemáticas foram feitas através de armadilhas de atração luminosa modelo CDC e armadilhas do Shannon, instaladas simultaneamente nos três níveis, durante as quatro primeiras horas noturnas. Os flebotomíneos coletados foram identificados de acordo com a sistemática atual.
Dos flebotomíneos antropofilicos conhecidos na região, cinco espécies foram capturadas com maior frequência; destas, L. fischeri e L. monticola foram mais abundantes nos níveis de maior altitude, sendo descartada sua importância na transmissão da LT. L. migonei teve distribuição semelhante nos dois níveis inferiores, com ligeira redução do número de exemplares no nível superior, sendo-lhe atribuído papel secundário como possível transmissor. L. intermedia e L. whitmani tiveram comportamento inverso ao das duas primeiras espécies, mostrando uma redução significativa do número de exemplares em altitudes mais elevadas. Esses resultados reforçam os dados da literatura, que apontam as duas últimas espécies como principais responsáveis pela transmissão da LT na região Sudeste do Brasil.