Filogenia e evolução de ouriços-cacheiros (Rodentia:Erethizontidae)

Nome: Vilacio Caldara Junior
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 25/02/2013
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Yuri Luiz Reis Leite Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Albert David Ditchfield Examinador Interno
Alfredo Ricardo Langguth Bonino Examinador Externo
Leonora Pires Costa Examinador Interno
Marcos Vinícius Carneiro Vital Examinador Externo
Yuri Luiz Reis Leite Orientador

Resumo: Erethizontidae é a família dos roedores conhecidos como ouriços-cacheiros ou porcosespinhos do Novo Mundo. Existem controvérsias a respeito da taxonomia desse grupo, principalmente sobre os gêneros e suas espécies. Pouco se sabe sobre as relações filogenéticas das espécies de Erethizontidae e muito menos sobre a evolução de suas
características mais marcantes. Assim, o objetivo principal deste trabalho foi avaliar a evolução dos Erethizontidae com base em uma filogenia de 9 das 15 espécies de ouriçoscacheiros. Foram realizadas inferências filogenéticas a partir de dados moleculares de um gene mitocondrial e outro nuclear, análises morfológicas e morfométricas de caracteres cranianos e da pelagem, análise do desenvolvimento pós-natal e mapeamento destes caracteres na filogenia e inferências dos processos envolvidos na evolução fenotípica de Erethizontidae. As filogenias obtidas confirmaram a monofilia da família Erethizontidae,
da subfamília Erethizontinae e de gênero Coendou. Neste gênero, Co. prehensilis é irmão das demais espécies menores de Coendou, seguido de Co. melanurus e depois Co. roosmalenorum. Coendou nycthemera agrupou-se com Coendou sp., clado que se agrupou com o que contém Co. insidiosus e Co. spinosus, espécies que não se apresentaram
reciprocamente monofiléticas. A filogenia não corrobora o agrupamento de algumas espécies de Coendou no gênero Sphiggurus, reconhecido por alguns autores, pois nenhum dos dois gêneros seria monofilético. Os caracteres e medidas do crânio são mais eficazes que os caracteres externos na diagnose de Co. prehensilis e o clado Coendou menores. Já os caracteres externos e algumas variáveis morfométricas foram melhores na diagnose das espécies de Coendou menores. Os dados confirmam a existência de uma espécie aparentemente nova de ouriços-cacheiros, além da necessidade de sinonimização entre Co. spinosus e Co. insidiosus. Os crânios das espécies menores de Erethizontidae pouco se alteram durante seu crescimento, mas as espécies maiores sofrem grande transformação craniana, enquanto a pelagem dorsal de quase todas as espécies é bastante alterada durante o desenvolvimento. Os estados ancestrais mais prováveis dos caracteres da pelagem variaram nos diferentes níveis da filogenia, enquanto que para a maioria dos caracteres cranianos, os estados presentes nos jovens e nas espécies menores são os mais prováveis. O processo mais importante agindo na evolução fenotípica dos ouriços-cacheiros foi a deriva genética, especialmente no início da diversificação do grupo (refletindo hoje nos grupos de espécies, gêneros ou subfamílias), mas a seleção natural (principalmente a direcional ou disruptiva) foi mais influente na evolução das espécies atuais.

Acesso ao documento

Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910