Distribuição geográfica da diversidade genética e aspectos morfológicos diagnósticosde Marmosa (Micoureus) (Mammalia, Didelphimorphia) na Mata Atlântica
Nome: ROGER RODRIGUES GUIMARÃES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 22/03/2013
Orientador:
Nome | Papel |
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Leonora Pires Costa | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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Leonora Pires Costa | Orientador |
Roberta Paresque | Examinador Externo |
Valéria Fagundes | Examinador Interno |
Resumo: As cuícas do subgênero Marmosa (Micoureus) são marsupiais didelfídeos neotropicais de ampla distribuição na América do Sul, principalmente no Brasil. Esse subgênero sofreu grandes mudanças taxonômicas na última década, sendo que sua espécie com maior distribuição geográfica, Marmosa (Micoureus) demerarae, foi dividida em duas espécies:M. (M.) demerarae (ocorrendo do oeste amazonense até o sul da Bahia) e M. (M.) paraguayana (ocorrendo do norte do Espírito Santo até o Paraguai). O subgênero Micoureus é um dos táxons que exibe uma clara distinção na região do encontro dessas duas espécies, estabelecendo contato nesta região (entre o norte do Espírito Santo e norte de Minas Gerais e sul da Bahia)região esta onde ocorre um processo de intergradação nos espécimes, ou seja, espécimes com assinatura molecular de M. (M.) demerarae possuindo caracteres morfológicos de M. (M.) paraguayana e vice-versa. Assim, o presente estudo visou investigar a diversidade genética e morfológica de Marmosa (Micoureus) tanto na área de contato entre os táxons, quanto em toda extensão da Mata Atlântica, além de tentar esclarecer a confusa taxonomia do grupo. Foram feitas análises genéticas com dois marcadores moleculares irbp (nuclear) e cit b (mitocondrial) em conjunto com o mapeamento de caracteres morfológicos para tentar elucidar a questão da intergradação das espécies na região de contato. O gene mitocondrial recuperou dois clados monofiléticos atribuídos às duas espécies existentes no bioma. Outros clados com estruturação biogeográfica também foram recuperados. Foi descoberto a presença de um possível pseudogene no espécime LPC 75 que poderia levar à uma má interpretação dos dados, que poderia ser o primeiro registro de simpatria para as duas espécies. O marcador nuclear obteve topologias diferentes, não se mostrando eficiente em recuperar as duas linhagens monofiléticas das espécies e nenhum dos clados mostram alguma relação filogeográfica. A análise concatenada recuperou as duas linhagens da Mata Atlântica, mostrando que o cit b desse subgênero é altamente informativo, quando comparado com o gene nuclear utilizado neste trabalho. Analisando a morfologia, descobrimos quatro novos polimorfismos para o caractere diagnóstico número de pêlos nas escamas da cauda ainda não descritos na literatura. Plotando os caracteres morfológicos nas filogenias, concluímos que os mesmo caracteres diagnósticos não são confiáveis para a distinção das espécies. A grande variação morfológica e a grande divergência gênica do DNA mitocondrial poderia nos levar a crer que M. (M.) demerarae e M. (M.) paraguayana tratam-se de uma única espécie.No entanto, a alta divergência genética entre espécimes parapátricos condiz com a distinção entre duas espécies.